“A gente nunca deve abrir mão de ser como somos por ninguém”, hoje você vai descobrir um sentido completamente diferente para isso.
Eu estava refletindo sobre o quanto nos esforçamos para ser aceitos, e sobre os erros que cometemos quando a gente começa a se “empoderar”, que é uma palavra que eu detesto, mas está na moda faz um tempo e que o significado em si é maravilhoso.
Uma das coisas mais importantes de ”empoderar-se” é dar liberdade para sua autoexpressão. Então a gente começa a deixar claro quais são os limites, e começa a sair de casa se sentindo orgulhoso... E também começar a deixar claro pra todo mundo a distância que devem ter de nossa mente, de nossos sentimentos e etc.
Quando a gente decide sair do sufoco. É desse momento que estou falando. Sabe esse primeiro despertar? Quando você decide dizer não a um relacionamento abusivo. Que pode ser com família ou amigos. Quando você começa a quebrar o pedestal em que colocou algumas pessoas e as opiniões que elas tem sobre você ou sobre o que você faz.
Quando decide não se importar mais em receber aprovação e validação das pessoas. E aí a gente recomeça a vida, e ficamos assim: “Oi, eu sou Alex, e este é o meu limite”, ou “Muito prazer, eu gosto de coisas azuis, vermelhas, sou canceriano, ascendente em câncer, tenho trinta e três anos e você só pode falar comigo sobre isso e isso, e não pode discordar da minha opinião sobre isso ou aquilo”.
Você vai começar a colocar os limites QUE UMA RELAÇÃO te fez descobrir precisar, em TODAS AS OUTRAS. E aí a gente comete um erro maior que o limite em si: a gente coloca limites errados nas coisas que até podem precisar de limites, mas não desses.
Olha só: ao invés de colocar limites, traçar as fronteiras e regras com base nas experiências ruins recentes (sim, essas que nos permitiram perceber que era hora de mudar), porque não olhar lá atrás, no lugar aonde tudo começou?
Porque eu digo isso, veja só: é emocionalmente imaturo a gente estabelecer as regras a partir das experiências ruins. Porque isso significa que a gente está tratando-as como se elas fossem a regra, e no fundo, a gente acaba não melhorando em nada.
Ein? Quê?
Olha só: o que você entende sobre amor incondicional?
Pense a respeito disso por um minuto. Pode ser interessante. Interrompa a leitura e pense em como me explicaria, sob seu olhar, o que é amor incondicional.
E continue a ler o artigo (e deixe um comentário, evidentemente). O que você entende por amor incondicional? Amor de mãe é amor incondicional?
Não. Amor de mãe é o nome de uma telenovela.
Amor de mãe é amor de mãe. É grande, é forte, mas pode vir carregado de sentimentos de posse, apego, vitimísmo, egoísmo e manipulação. Mães costumam se sentir donas de seus filhos. Mães, pais, tios e tias, adoram dizer o que é melhor para a vida da gente, como se eles próprios soubessem alguma coisa da vida deles.
Amor incondicional é assim: eu te amo, e se você não me ama, tudo bem. Eu ficarei com o coração partido, ou talvez não. Mas eu no fundo me sentirei feliz de saber que você está bem, onde e com quem quer que esteja. Isso é amor incondicional.
Eu te amo, e às vezes você me ama, mas precisa colocar muita coisa em ordem na sua mente, no seu coração, e na própria vida. E eu vou respeitar o seu tempo. Porque eu te amo, sobretudo com a sua liberdade. Amor incondicional é a sua capacidade de saber o valor real das coisas. E apreciar em seu aspecto mais simples e natural.
Vamos voltar aos limites. Qual é a vida que você sempre sonhou? Que tipo de relacionamento você sempre sonhou viver, antes de... De virar isso aí que você é agora? Volta lá pra sua infância.
Como seria o seu relacionamento dos sonhos, como seria o seu trabalho, como seria a sua família quando você crescesse? Se faça essa pergunta hoje antes de dormir. Se chorar, tudo bem, também é importante. É uma cura.
Porque não dizer a alguém importante que ela ou ele é importante pra você? Porque isso é se expor?
Olha só que interessante. A gente cria regras, e defende que devemos ser aceitos como somos, e nos definimos assim? Baseando-nos na desesperança, no medo?
“Ah, mas se a gente abre o coração a gente, se expõe a riscos grandes demais”.
Não, não, não e não. Isso é medo, e medo é bobagem. BO-BA-GEM. Percebe que a gente cria mecanismos de defesa com base no medo e a verdade é essa: a gente defende o direito de ter medo ao invés de defender a nossa vontade de ser feliz!
“Ah, Alex, mas e se gente se expor e a pessoa não prestar?”
Pense assim: você sabe o que quer? Você sabe que tipo de assuntos gostaria de ter com a pessoa que sempre sonhou ter do seu lado? Você sabe como sonhou se sentir ao lado da pessoa ideal?
Quando você estiver com alguém, e decidir ser 100% você, ao menor sinal de mentira, traição, deixe claro quem você é o que espera. E se a pessoa não estiver disposta ao compromisso, então, “obrigado, foi um prazer te conhecer”. Sem ressentimentos. Entende?
A gente volta ao artigo (e vídeo) que escrevi sobre as máscaras. A gente cria uma máscara pra se proteger de sofrer, e ai fica essa superficialidade de sempre. Bora mudar?
Quando decidir estabelecer os limites, que tal se, a partir de hoje, você estabelecesse com base no que você deseja para sua vida, ao invés do que não quer para ela? Não, você não vai sofrer, nem se expor.
Você vai conseguir filtrar melhor as pessoas que surgem no seu caminho. Com base no que você quer. Seja para relacionamentos afetivos, profissionais, ou mesmo amizades. Até dentro de casa.
Descubra quem é você, seja essa pessoa para o mundo. E se não houver reciprocidade, recomece. Mas jamais desperdice uma oportunidade de ser quem veio ao mundo pra ser, nem de negar seus sentimentos.
Se sentir vontade, não hesite. Diga: “Eu te amo”.
Até a próxima.
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