IN ENGLISH BELLOW
(Escrito em 03 de Setembro de 2020) |
Houve um tempo em que o olhar pediu ao brilho de um cometa
que lhe trouxesse um amor verdadeiro escrito entre as estrelas.
Houve um tempo em que o olhar buscou por seu amor em todos
os olhares que cruzaram seu caminho.
Houve um tempo em que o olhar acreditou que o encontraria.
Houve um tempo em que não.
Houve um tempo em que um coração cansou de erguer o olhar em
busca de seu desejo e, nesse tempo, tudo parecia mais triste, mais óbvio, mais
fácil.
Nesse tempo, de algum modo, tudo parecia estar sob controle.
Nesse tempo tudo se planejava, tudo fazia, tudo se
encontrava.
Nesse tempo, tudo se media, menos o tempo que se perdia.
Nesse tempo, o coração plantou no chão os seus pés e calçou
sapatos apertados que, com o tempo, pareciam lacear.
Este tempo não laceou aos sapatos: eram os pés que
acostumaram, deformando dia após dia, a dar passos sólidos, pois, era no chão,
em busca de segurança, que o coração agora mantinha os teus olhos.
Este tempo tornou o coração sábio, porém presunçoso, maduro,
porém medroso.
Este tempo fez o coração pensar que entendia da vida. Mal
sabia ele.
Mal sabia o coração que o tempo estava gastando todas as
suas ilusões.
Mal sabia ele que as amarguras algum dia iriam vencer.
Mal sabia ele que o cometa, passageiro, permaneceria
silencioso por tanto tempo.
E por tanto tempo o coração esperou,
E por tanto tempo o coração chorou,
E por tanto tempo o coração cansou,
E por tanto tempo...
Por tanto tempo.
No chão estavam os pés daquele coração que outrora manteve,
determinado, seu olhar nas estrelas.
No chão secavam as últimas lágrimas de uma longa vida.
No chão estava também o olhar, a procura de qualquer coisa,
pois fora no chão que o coração acostumara buscar o que desejasse possuir.
E somente olhando para o chão foi que o coração reencontrou
no espelho de uma poça d’água, após tanto tempo, as estrelas.
Entre tanta sujeira, os sonhos há tanto perdidos.
Pobre corpo que se curvara por tanto tempo em direção ao solo
para dar passos seguros e agora sofria para voltar-se em direção as estrelas.
Pobre corpo que por tanto tempo pareceu seco, e descobria
agora, num oásis perdido em sua memória, um oceano de novas lágrimas.
O coração agora desejara apenas reerguer-se.
O coração agora ansiava por relembrar seus antigos sonhos.
O coração queria apenas saber quem era de verdade,
E a única resposta estava escrita em algum lugar entre as estrelas.
There was a
time when those eyes asked the brightness of a comet to bring a true love
written among the stars.
There was a
time when those eyes searched for their love in all the eyes that crossed their
path.
There was a
time when the eyes believed they would find it.
There was a
time when they didn't.
There was a
time when a heart got tired of looking up in search of it desired, and in that
time, everything seemed sadder, more obvious, easier.
In that
time, somehow, everything seemed to be under control.
In that
time everything was planned, everything was done, everything was found.
In that
time, everything was measured, except the time that was wasted.
In that
time, the heart planted its feet on the floor and put on tight shoes that, with
time, seemed to stretch.
This time
did not stretched the shoes: it was the feet that got used, deforming day after
day, to take solid steps, because it was on the floor, in search of security,
that the heart now kept his eyes.
This time
has made the heart wise, but presumptuous, mature, yet fearful.
This time
made the heart think that it understood life. Little did he know.
Little did
the heart know that time was wasting all its illusions.
Little did
he know that bitterness would someday overcome.
Little did
he know that the comet, a passenger, would remain silent for so long.
And for so
long the heart waited,
And for so
long the heart wept,
And for so
long the heart got tired,
And for so
long ...
For so
long.
On the
floor were the feet of that heart that once held, determined, its gaze on the
stars.
On the
floor, the last tears of a long life were drying.
On the
floor, there were also eyes looking for anything, because it was on the floor
that the heart had become accustomed to seeking what it wished to possess.
And it was
only by looking at the ground that the heart found, in the mirror of a puddle,
after so long, the stars.
Amid so much
dirt, dreams long lost.
Poor body
that had bent for so long towards the ground to take safe steps and now
suffered to turn towards the stars.
Poor body
that for so long seemed dry, and now discovered, in an oasis lost in its
memory, an ocean of brand new tears.
The heart
now wanted only to rise.
The heart
now yearned to remember his old dreams.
The heart
just wanted to know who he really was,
And the
only answer was still written somewhere among the stars.
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